"A cada segundo acontecem 205 acidentes de trabalho no mundo, nos quais morrem 4 trabalhadores”, denuncia o Comunicado de 1º de maio assinado por organizações venezuelanas. Tal denúncia demonstra que, mesmo passados 125 anos do Massacre de Chicago, ainda há muito a se avançar quando o tema é o mundo do trabalho. Este domingo, Dia do Trabalhador, será marcado por celebrações e luta na América Latina.
A redução da carga horária para seis horas, sem redução de salários, estará presente como bandeira de muitas Centrais Sindicais, como Venezuela e Brasil. Assim como esteve na pauta dos trabalhadores de Chicago, em 1º de maio de 1886, quando 80 mil trabalhadores foram às ruas para reivindicar a redução da jornada de trabalho. O resultado da mobilização gerou uma greve nacional: demissões, prisões e mortes.
"As conquistas democráticas alcançadas até agora não são suficientes, é necessário que nos coloquemos na vanguarda política e organizativa para dirigir e construir o novo Estado”, diz o Comunicado da Venezuela. Dentre as pautas apontadas pelo movimento estão: lei orgânica de proteção e defesa dos trabalhadores, aumento do salário e congelamento dos preços, construção de conselhos de trabalhadores, confisco e prisão para os assassinos de trabalhadores da cidade e do campo.
Na Bolívia, a concentração dos trabalhadores ligados à Liga de Trabalhadores Revolucionária pela Quarta Internacional (LOR – CI) se dará na Casa de Cultura, em La Paz. Eles marcharão contra as nacionalizações do governo que, segundo o Manifesto assinado pela LOR-CI, "só permitiram que as transnacionais se beneficiem com as indenizações”.
Debates, marchas e shows fazem parte da programação propostas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Brasil. Dentre as bandeiras de luta que a CUT aponta para este ano, está a substituição do imposto sindical por uma contribuição negocial, que seria definida em assembleia pelos trabalhadores. A União Geral dos Trabalhadores (UGT), outra central sindical brasileira, aponta como uma de suas pautas a redução da jornada de trabalho sem redução de salário.
Uma mobilização de massa é a convocação da Central Única de Trabalhadores (CUT) do Chile, o ponto de encontro será a Estação Central. O lema da manifestação é "Por seus direitos” será um ponto de partida para as mobilizações que se seguirão contra o governo de Sebastián Piñera que, segundo a Central, não trouxe nenhum avanço para a melhoria das condições de trabalho e segurança dos trabalhadores no país.
Em Cuba, um desfile popular marcará o "dia mundial do proletariado”, como chama a Central de Trabalhadores de Cuba. Em comunicado no site, a Central convida todos a participarem do desfile, o qual uma das razões para participar seria demonstrar "o apoio dos trabalhadores e do povo aos acordos do VI Congresso do Partido Comunista de Cuba e reafirmando a unidade em torno do Partido, da Revolução, de Fidel e Raúl”.
"el apoyo de los trabajadores y el pueblo a los acuerdos del VI Congreso del Partido Comunista de Cuba y reafirmando la unidad en torno al Partido, la Revolución, a Fidel y a Raúl".
Trabalhadores peruanos, por sua vez, organizados pela Confederação Geral de Trabalhadores do Peru (CGTP) participaram de uma marcha na última quinta-feira (28) pela segurança e saúde no trabalho. E neste domingo, realizam marcha, saindo da Praça de Maio.
Com informações das Centrais Sindicais.
*Jornalista da Adital
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