"Mataram mais um irmão, mas ele ressuscitará e o povo não esquecerá!"


Coordenação Regional do Movimento CETA
12/09/2011
Na noite do dia 6 de setembro de 2011, por volta das 21h, no Povoado de Mandassaia, no município de Monte Santo/BA, foi assassinado à tiro o companheiro Leonardo de Jesus Leite, 37 anos, liderança regional do Movimento de Trabalhadores Assentados Acampados e Quilombolas (Ceta), casado e pai de dois filhos.

O Léo fazia parte de um grupo de trabalhadores rurais sem-terra que, há mais de 10 anos, luta bravamente pelo direito à terra, trabalho e justiça na região e especialmente pela desapropriação para fins de reforma agrária da Fazenda Jibóia, no município de Euclides da Cunha, de propriedade do Sr. José Renato, ex-prefeito deste mesmo município.

Nos últimos quinze dias, o Léo vinha sendo covardemente ameaçado por pistoleiros que atuam na região de Monte Santo a mando de um grupo de fazendeiros.

Ironicamente, às vésperas do feriado de 7 de setembro, quando a nação brasileira pára pra celebrar a independência e a cidadania, um filho seu que nunca fugiu à luta e enfrentou a injustiça e a opressão do latifúndio, foi brutalmente assassinado. Arrastando-o do interior de sua casa, na presença de sua esposa e filhos, o executaram no terreiro com um tiro na cabeça. Será este o preço da cidadania e independência? A própria morte?!

Foi mais uma morte anunciada! Os latifundiários fizeram mais uma vítima e não foi por falta de aviso. Nos últimos três anos foram assassinados cinco trabalhadores rurais em Monte Santo em razão da luta pela terra. Há muitos anos, um grupo de fazendeiros age em quadrilha neste município, perseguindo e matando todo cidadão que ousar se insurgir contra o latifúndio e contra seus desmandos de corrupção e roubalheira.

As autoridades públicas (Poder Judiciário, Polícia Civil, Ministério Público, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ouvidoria Agrária e outros) estavam cientes das ameaças e sabem quem são estes “fazendeiros”. No entanto, nada fizeram!

O sangue derramado do companheiro Léo agora exige justiça com a punição dos culpados e a imediata desapropriação da Fazenda Jibóia, no município de Euclides da Cunha/BA, porque esta era a terra que ele “queria ver dividida” e, p or isso, pagou com a própria vida!

Disponível em: ASAbrasil.org

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