Cédulas novas do real ficam mais tecnológicas e mais caras

As novas cédulas têm marcas que facilitam a identificação por deficientes visuais
Foto: Banco Central/Divulgação 


Mico-leão-dourado, arara, tartaruga marinha, onça-pintada. Apesar de mudar algumas de suas características, o real segue com os mesmos representantes de cada cédula. Entretanto, o seu valor de fabricação aumentou. As melhores tecnologias usadas na impressão das novas notas, que entraram em circulação neste ano, se tornaram 27% mais caras do que as versões anteriores. Fabricar dinheiro também requer uma quantia de dinheiro. O orçamento para a fabricação é fornecido pelo Governo Federal, e a impressão é feita pela Casa da Moeda. O Banco Central (BC) garante que ela é a única autorizada a fazer este trabalho. Segundo informações da instituição, o custo para a fabricação por milheiro de notas de R$ 10 da primeira família era de R$ 145,82, enquanto que para fazer as novas do mesmo valor foram gastos R$ 182,29. As cédulas de R$ 50 e R$ 100 são as mais caras. Ambas custavam R$ 180,48 para a Casa da Moeda. A partir de 2010, quando foi feito seu lançamento, o milheiro de R$ 50 aumentou para R$ 238,27, e o de R$ 100, para R$ 247,51. Segundo o Banco Central, o preço da fabricação varia de acordo com o valor da cédula devido aos diferentes elementos de segurança e ao tamanho.

As moedas também sofreram algumas alterações com o passar dos anos. A de R$ 1, por exemplo, antes feita de aço inox, passou a ter parte de sua composição em cuproníquel e aço revestido de bronze. A partir de junho de 2002, o BC colocou moedas de R$ 0,50 e R$ 1 real em circulação, cada uma com pequenas modificações. A instituição procurou novas alternativas devido ao alto custo dos materiais usados até então. Segundo dados do BC do início do ano, hoje, na fabricação de cada uma são gastos, respectivamente, R$ 0,31 e R$ 0,39. A mais barata é a de R$ 0,01, da qual o valor é R$ 0,16. Além do preço, a duração das cédulas também varia de acordo com o valor que representa, como comprovam dados publicados pelo BC. As mais baixas, as de R$ 2, que ainda não tiveram sua nova versão lançada, duram em média até 15 meses até alcançarem o quarto nível de desgaste - quando as notas já estão dobradas e bem marcadas, e a marca tátil já não pode ser percebida. Este é o último nível antes de ela ser considerada inadequada para circular. Já as de R$ 20, por exemplo, podem levar, em média, 16,6 meses para atingir o estágio em que deve ser retirada das mãos dos brasileiros.

Novo design de notas procura facilitar identificação por deficientes visuais

Os novos formatos, tamanhos, desenhos e modos de impressão são pensados por uma equipe do Banco Central em parceria com a Casa da Moeda. Para compor o design atual, o grupo ouviu a opinião de associações de deficientes visuais para saber que recursos podiam ser usados para melhorar a identificação de notas de diferentes valores. De acordo com a instituição, uma das ideias dadas por eles foi a fabricação de cédulas em diferentes tamanhos.

Outra sugestão foi colocar uma marca de alto relevo na frente da cédula, no canto direto, em forma de traves que mudam de posição em cada nota. Nas de R$ 10, os riscos são paralelos e na vertical, enquanto que nas de R$ 20, eles são também paralelos, mas dispostos em diagonal. O recurso já fora empregado nas notas da primeira família, entretanto o Banco Central garante que as novas tecnologias de impressão possibilitam maiores detalhes e a tinta usada no papel fiduciário são mais resistentes.  

Fonte: Terra.com